Em 30 de outubro de 1893, na cidade de Saima, em Portugal, nascia José dos Santos Patto, o patriarca da Família Patto.
Aos 19 anos, ele desembarcou no Brasil e instalou-se em São Roque, mais precisamente no bairro de Gabriel Piza, e ali permaneceu até seu falecimento. A praça do bairro hoje leva o seu nome. Sua mãe, Rosa de Jesus Palmeira, já havia desembarcado no Brasil algum tempo antes, ela foi casada com o sr. Joaquim das Uvas.
No mesmo ano de sua chegada ao país, a primeira atividade de José foi alfaiate, mas logo começou a fabricar vinhos. "Ele foi o primeiro produtor de uvas e da bebida na região", orgulha-se o seu neto, Júlio Miguel dos Santos Patto.
Foi também nessa cidade onde José conheceu e casou-se com Rosa Ida dos Santos Patto, com quem teve seis filhos, sendo uma mulher e cinco homens.
Em 1918, a primeira Adega fundada pela família se denominava Minho e D'Ouro e foi gerenciada pelo patriarca até o ano de 1960, quando foi assumida pelo seu filho, Júlio dos Santos Patto, o único filho que se interessou pelas atividades dos vinhos. Ele inclusive criou os famosos rótulos Patto.
Em 1962, durante a Festa da Cidade, Júlio lançou o vinho Pattão, que se tornou um sucesso e levou seu sobrenome a um patamar mais elevado, levando vinhos para Santos e Rio de Janeiro. "Meu pai tocou os negócios até 1979, só então eu tomei a administração", comenta Júlio Miguel dos Santos Patto, neto de José.
José Patto também adquiriu um armazém de secos e molhados, que permaneceu sob a supervisão da família até 1972.
Quando Júlio Miguel dos Santos Patto entrou na administração dos negócios, em 1979, a família ainda estava à frente da Vinícola, com 250 mil pés de uva, mandando vinhos para Minas Gerais, Bahia e outros estados. "Passei a cuidar de tudo isto e entrei com uma marca nova de vinhos, a Real D'Ouro"revela.
Até 2010, os Patto produziram seus próprios vinhos. "Depois, decidi encerrar as atividades na vinícola, mas mantive os vinhos Patto e Pattão, terceirizando sua produção", observa Júlio. "No mesmo ano, inaugurei o Restaurante Vila don Patto".
Atualmente a família é proprietária da Vila don Patto. Sua área, com cerca de 40 alqueires, aproximadamente 960.000 metros quadrados, foi adiquirida durante a administração de Júlio Patto, na antiga plantação de uvas. "Sempre gostei de culinária e sonhava em ter um restaurante", pontua. Contudo, a idéia era ainda maior: transformar o espaço num centro de gastronomia e entretenimento. "Hoje, reunimos diversos ambientes, como um café, a loja de artesanatos, o redário, a fazendinha e a chocolateria", enumera.
Em 2008 Júlio desfez a sociedade para dedicar-se à Vila. A Família Patto tem planos para crescer ainda mais. Júlio é viúvo de Mary Pereira dos Santos Patto, com quem teve dois filhos, Tiago dos Santos Patto e Túlio dos Santos Patto, que o ajudam na atual administração da Vila.
Os irmãos estão tomando o comando do empreendimento. "Não esperava que ele crescesse tanto", confessa Júlio. "Foi a concretização de um sonho. É gratificante. Acredito que minha família cuidará dele por vários anos".
O Sr. José Patto faleceu aos 85 anos e deixou muitas lições para sua família. "Ele era uma pessoa intelectual, gostava de ler. Tratava-se de um comerciante nato e que valorizava o convívio familiar", relembra Júlio.
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